Bandidagem:A Realidade do poder paralelo no Rio (20 anos de História).

Hoje, ví uma matéria no "O Globo" que me fez pensar como as coisas são escondidas neste país.O título da matéria era este: "Poder paralelo faz TRE pedir tropas para 2º turno no Rio". Parei e pensei por algumas horas e resolvi escrever este polêmico post.

Sou, sem nenhuma vergonha de dizer, ex-morador de uma grande favela do Rio de Janeiro, e como ex-morador, por 29 anos, desta comunidade, ví coisas que dúvido que a maioria que está lendo este post já viu. Por segurança (minha) e respeito aos moradores omitirei o nome do local.

Há exatos 18 anos, em 1990, o Rio de Janeiro escolhe o Sr. Leonel de Moura Brizola como seu novo Governador. Conhecido apenas como "Brizola", político de varias polêmicas, O Sr. Leonel de Moura Brizola, na minha opinião, foi um dos maiores responsáveis pela atual situação em que se encontra nossa cidade tão maravilhosa. Sei que muitos "Brizolistas" vão querer me matar, mas isto é apenas fatos, e contra fatos não há argumento.

Ví, nesta época, o fortalecimento do Comando Vermelho, dissidência da antiga Falange Vermelha, devido à medidas populistas do Governo do Sr. Leonel Brizola.

Lembro-me bem que uma de suas desastrosas ações, foi a determinação de que nenhuma viatura policial deveria andar pelas ruas sem que estivessem acesos seus giroscópios e que era terminantemente proibído qualquer incursão policial em favelas após as 22:00hs.

Esta decisão, entre outras, foi fundamental para o crescimento e fortalecimento "das bases inimigas" uma vez que, o comando vermelho, havia garantido a tranquilidade que precisava para vender drogas e se organizar. Nesta mesma época, hove, em homenagem ao Sr. Governador, o batismo da cocaina nas favelas cariocas, que passou a se chamar "brizola". Isto nunca foi noticiado em nehum jornal e nunca foi comentado em nenhum lugar, pelo menos que eu me lembre. Ví com meus próprios olhos este fortalecimento e este crescimento, pois morava lá e perdí muito amigos e até parentes para esta guerra cruel e sanguinária.

Recentemente estive em visita à esta comunidade e pude observar que NADA mudou. Os traficantes circulam livremente com suas armas e seus carros caríssimos (roubados é claro) em "bondes" que desafiam qualquer autoridade.

Após as 18 horas milhares de motocicletas circulam pelas ruas da favela, motocicletas que durante o dia, assim como os carros novos que estão em poder do tráfico, ficam estacionadas em frente à residências cujos proprietários sequer tem o conhecimento de quem as estacionou lá.

Como morcegos, o poder paralelo, sai ao anoitecer para se fortalecer e se alimentar nas madrugadas sem lei das favelas cariocas desde a época do Sr. Leonel Brizola.

A polícia não tem conhecimento disto? Quantos policiais são moradres destas mesmas favelas que citei aqui?

O poder paralelo, não é tão paralelo como parece. Existe sim um interesse dentro dos meandros do poder para que esta situação permaneça assim pois este poder paralelo gera riquezas à diversos segmentos desta podre sociedade. Afinal, não existe traficante dono de navio, mas cargas de armas entram no Brasil todos os dias. Não existe traficante dono de avião mas drogas entram no país até dentro de aviões da FAB. Não existe traficante dono de fábrica de munição, mas todos os dias vemos a polícia apreender milhares de balas de todos os calibres e vemos traficantes atirando para o alto apenas para comemorar gols de times de futebol sem se importar com o custo da munição.

É realmente insustentável nossa situação na Cidade do Rio de Janeiro. Não podemos sair à noite, não podemos ter um carro, não podemos sequer andar por nossa cidade com nossos filhos. Vivemos num presídio feitos somente para os cidadãos.

Aproveito pra ilustrar esta matéria com fotos retiradas do Orkut, onde o poder paralelo faz questão de mostrar onde está e que não tem medo do Estado, pois este é parceiro nos negócios !